As maiores cidades do mundo - 2011






Já foi publicado o novo relatório da Organização das Nações Unidas com dados atualizados para 2011: World Urbanization Prospects, the 2011 Revision. Este tem a novidade de apresentar perfis da evolução das estruturas populacionais por países.

"Quais são as maiores cidades do mundo? Do que falamos hoje quando falamos de uma cidade? Qual o futuro que podemos prever para as nossas cidades?" - Estas foram as perguntas feitas aqui, quando analisei o relatório anterior das Nações Unidas. As questões mantêm-se e talvez poucas respostas existam ainda. Como referi nesse momento, o ano de 2008 foi um marco essencial da história da população mundial e da urbanização do globo: pela primeira vez na história, a população urbana igualou a população rural do mundo e, a partir desse momento, não parou de crescer. A população mundial seria, a partir daí, cada vez mais urbana, de tal forma que, em 2009, cruzou o marco dos 50%, sendo agora ligeiramente superior à população rural do mundo. O relatório revisto para 2011 vem confirmar, novamente, estas tendências.


Fig. 1: População urbana e rural no mundo, por regiões, 1950-2050

Fonte: World Urbanization Prospects - the 2011 Revision
Esse relatório prevê que, entre 2011 e 2050, a população mundial aumente em cerca de 2,3 biliões de pessoas, passando de 7 para 9,3 biliões. A população urbana deverá crescer de 3,6, em 2011, para 6,3 biliões, em 2050. Por outro lado, a população das zonas rurais do mundo deverá decrescer na próxima década, sendo composta, em 2050, por 0,3 biliões de pessoas a menos do que nos dias de hoje.

Em 1970, havia apenas duas megacidades no mundo - Tóquio e Nova Iorque-Newark -, entendidas como aglomerações urbanas com mais de 10 milhões de habitantes. Duas décadas depois, eram já 10: além de Tóquio e Nova Iorque-Newark, Cidade do México, São Paulo, Bombaim, Osaca-Kobe, Calcutá, Los Angeles-Long Beach-Santa Ana, Seul e Buenos Aires.
Em 2011, são já 23 estas aglomerações urbanas e, para 2025, estimam-se 37.

Fig. 2: Aglomerações urbanas com mais de 10 milhões de habitantes, 2011

Fonte: World Urbanization Prospects - the 2011 Revision

Fig. 3: Aglomerações urbanas com mais de 10 milhões de habitantes, 2025

Fonte: World Urbanization Prospects - the 2011 Revision
Tóquio crescerá ligeiramente (um milhão e meio de habitantes!), passando de 37,2 milhões, em 2011, para uns modestos 38,7 milhões de pessoas, em 2025. Deli também manterá a sua posição, mas recebendo mais 10 milhões de habitantes. A Cidade do México, que conta com 20,4 milhões de pessoas, em 2011, será ultrapassada por Shangai e Bombaim, em 2025. Estas últimas terão 28,4 e 26,6 milhões de habitantes, respetivamente, em 2025. Nova Iorque cairá para o sexto lugar, em 2025, e São Paulo ocupará a sétima posição.
Importa reter, no entanto, que, se já hoje estas megacidades se concentram sobretudo na Ásia, este continente terá mais de metade das 37 megacidades cuja existência se prevê para 2025. Nas zonas mais desenvolvidas do mundo, na Europa e na América do Norte, haverá apenas 5 aglomerações urbanas deste porte. Como referi antes, estes dados implicam que, pela sua importância global, esta evolução seja encarada não apenas a partir de uma análise dos seus ritmos mas olhando, também, para as suas geografias, na medida em que o crescimento urbano estará fortemente concentrado num pequeno número de países.
Perfis detalhados, por país, podem ser encontrados aqui.
Dados comparando os volumes populacionais por zona geográfica da cidade (e não aglomeração urbana, como os que aqui foram apresentados) e zona metropolitana, disponíveis aqui. De acordo com esta fonte, as maiores cidades do mundo, em termos populacionais, são:

 1.  Shangai: 14.348.535 habitantes;
 2.  Bombaim: 11.914.398 habitantes;
 3.  Beijing: 11.509.595 habitantes;
 4.  São Paulo: 11.016.703 habitantes;
 5.  Seul: 9.895.217 habitantes;
 6.  Moscovo: 10.433.869 habitantes;
 7.  Delhi: 9.817.439 habitantes;
 8.  Chongqing: 9.691.901 habitantes;
 9.  Istambul: 9.555.719 habitantes;
10. Karachi: 9.339.023 habitantes.

As discrepâncias que se detetam entre estes dados estão relacionadas com vários fatores que prejudicam uma análise mais acurada das realidades urbanas mundiais. Em primeiro lugar, justificam-se, desde logo, pelo facto se terem fontes diferentes onde, por sua vez, são usados metodologias e critérios distintos na recolha dos dados. Em segundo lugar, essas diferenças dizem respeito, também, às dificuldades inerentes à definição geográfica daquilo que constitui ou não o espaço de uma cidade. Finalmente, as discrepâncias têm a ver com a existência de fórmulas diferentes para a recolha e o tratamento estatístico, no contexto de cada país. 


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